Existem algumas pequenas porções do nosso corpo que acabam sendo responsáveis por fatos significativos na história da humanidade.
Não é ao cérebro que me refiro, mas sim ao umbigo.
Esta pequena porção franzida e taciturna, bem no meio da barriga é capaz de conduzir desejos, vidas e controlar até toda a humanidade.
Deve existir alguma ligação entre o umbigo e o cérebro (não sou cientista). Talvez neuronial, ou hormonal , que faz com que a razão e o bom senso se dobrem a sua vontade. Quantas besteiras a humanidade já suportou só porque o autor ao invés de ouvir a razão, consultou o umbigo. Napoleão deveria ter dado ouvidos a sua mãe quando ela avisou: filho leve um agasalho quando invadir a Rússia, porque faz frio lá. Idem Hitler, que já tinha o exemplo histórico, mas ouviu o umbigo: você pode ser melhor que Napoleão. Some a isso um etcetara histórico.
Assim vai a humanidade e seus excêntricos, que não medem as consequências, apaixonados por uma ideia própria, sem abrir mão, ou se preocupar em medir a consequência. No mundo corporativo, empresários que desperdiçam milhões. Cegos pela paixão pessoal, não planejam, não ouvem o mercado, nem os chatos contrários. Apenas o umbigo, e os aduladores. Também é impressionante como o recurso surge magicamente quando a ideia é própria.
O umbigo é um grande inimigo da boa propaganda.
Muito diferente do feeling que é resultado do background colhido em anos de experiência e conhecimento do público. Quem cria ou aprova por critérios e gosto pessoal está fadado ao fracasso. O “eu gosto mais desse aqui”, precisa ser substituído por “esta mensagem é a mais adequada para meu público e produto”.
Ao se fazer comunicação é necessário pensar dentro do universo de valores da audiência, num formato que o surpreenda, mas não escandalize. Ser do povo, mas melhor que ele.
Antes de tudo é preciso ter humildade, destronar o umbigo e dar a ele sua devida posição: bem no meio da barriga.