Coaching Bíblico

Qual a diferença entre Opinião, Conselho, Referência e Palpite?

Por Oscar Fontoura Jr

Apesar de parecerem simples estas definições, elas definem posturas e resultados diferenciados no aprendizado e desenvolvimento humano.

Quando damos uma opinião, estamos emitindo nosso parecer sobre determinada questão de acordo com nossos julgamentos e suposições. Resumindo, é o nosso olhar sobre o assunto, sem uma profundidade maior.

A opinião é útil quando a intenção é ampliar a visão de alguém, somar um ponto de vista diferente, ou ajudá-lo na identificação de suas competências. Pesquisas se baseiam em opinião. “o que você pensa de…”, “vou fazer isso, o que você acha?”, “qual cor você escolheria?”. Orientar através da opinião gera dependência, pois a solução já vem pronta, e impede que a pessoa desenvolva o senso crítico através de uma reflexão mais profunda.

Conselho é um parecer mais construído, parte de alguma referência, às vezes uma pessoa. É baseado em vivências, estilos, renúncias e aspirações. O momento ideal para o conselho é quando existe o desejo de se trabalhar a auto estima, dar apoio e acolhimento a alguma pessoa, e uma orientação de acordo com  uma referência.

No caso do Aconselhamento Bíblico, a referência está no Evangelho e no caráter de Cristo. O acolhimento exige que nos coloquemos na posição de igualmente pecadores, e compartilhemos nossas falhas e conquistas. Também na presença de Cristo na sessão. Melhor que esbravejar “não faça isso!”, isso é pecado, você vai para o inferno”, como os fariseus, é que o Conselho Bíblico através da passagem bíblica, a pessoa possa se enxergar na situação, e refletir a respeito, admitir seu erro, e corrigir seus caminhos, isto gera maturidade e condições para enfrentar novos desafios. Aconselhamento deve gerar independência ao aconselhado, para que aprenda a andar com as próprias pernas, crie seus critérios e referências em Cristo. Jesus agia assim.

A postura de Referência ocorre como uma Mentoria, o mentor oferece diferentes ângulos, utiliza suas experiências pessoais como exemplo, serve como fonte de inspiração, dá insights, é um estágio mais avançado, para pessoas que já possuem competências. Por exemplo, alguém  que busca outro profissional com mais vivência em sua especialidade para desenvolver sua carreira. Trabalhar dando referência gera autonomia e maturidade. Obriga a pessoa a sair atrás das informações.

São diversas as passagens bíblicas que expressam essas atitudes entre profetas e reis, nas 3 posturas. Vide profeta Natan e Davi, as parábolas funcionavam como conselho, Jesus e suas recomendações aos apóstolos como referência. É um bom exercício associá-las  a estas estruturas e entender o cenário ou contexto em que aconteceram.

Os exemplos bíblicos demonstram que onde existe a reflexão, arrependimento,  e prática, produzem mais frutos que os modelos  impositivos “Just do it” da lei. Isso define bem a proposta da Nova Aliança versus a anterior, “tudo podes, mas nem tudo lhe convém”, que exige uma reflexão pessoal e critério constante, independente de uma lei formulada e julgada por um sacerdote.

Jesus sabe o caminho. Pode seguir sem medo.

Ops, faltou o tal palpite: palpite… quem pediu palpite?.

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